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Terceira palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia

A terceira palestra do 22ª Congresso Nacional da Misericórdia foi ministrada pela Irmã Guadalupe, Superiora da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso.
Ela iniciou pedindo a todos que cantassem o refrão: “Senhor, esteja sobre nós a vossa graça da mesma forma como em vós nós esperamos” (Salmo 33,22)”.
Em seguida, disse que se essas não fossem palavras da Bíblia, se não fossem palavras inspiradas, nós estaríamos bem mais tranquilos, poderíamos até ignorar, mas elas pertencem àquela classe de palavras que nós precisamos ouvir.
“Esteja sobre nós a vossa graça da mesma forma como em vós nós esperamos”, Ou seja, ela explica que “tem uma relação muito grande entre a minha espera, a minha confiança, e a quantidade da graça e o Senhor vai me dar, e a resposta de Deus.
E Jesus confirmou isso a Santa Faustina quando disse: “Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá”.

A confiança filial

O tema da palestra da Irmã Guadalupe foi “A confiança filiar”, baseada no livro “A misericórdia de Deus em Suas obras, vol. 3”, do bem-aventurado padre Miguel Sopoćko, diretor espiritual de Santa Faustina.
A confiança filial é a confiança de uma criança, “mas não se trata de uma confiança ou de um comportamento infantilizado, mas é uma confiança que não tem condição”.
É a isso que Jesus nos convida, é a isso que a mensagem da Misericórdia nos propõe. E isso nos incomoda, “porque nos chama para algo que, pela nossa trajetória de vida, pelo pecado, pela nossa experiência com os nossos pais, nós fomos criando um Deus diferente. “Criamos um Deus que não é o Deus Jesus Cristo, fomos criando um Deus segundo os nossos critérios”.
Deus não cabe no nosso raciocínio, pode caber em nosso coração, mas não no nosso entendimento. “Muitas vezes Deus tem uns caminhos esquisitos, estranhos; às vezes a gente passa por uma experiência de morte (simbologia) para chegar à vida, para gerar a vida para muitas pessoas”.
“É como se a nossa vida fosse um Rosário e a nossa confiança fosse aquele fiozinho. Toda a nossa vida está perpassada pelo fio da confiança”.
Contudo, Irmã Guadalupe observa que algumas pessoas têm medo quando se fala em confiança, sentem medo de dizer a Deus: seja feita a Tua vontade, porque pensam que o pior pode acontecer.
Irmã Guadalupe cita que em um de seus livros, o padre Miguel escreveu que quando olhamos para Maria aos pés da Cruz ela parece estar destruída, esmagada pelo sofrimento, no entanto quanto vida nasce da morte de Jesus, da morte da Mãe aos pés da Cruz!
“Mas a confiança é a grande condição para se alcançar a misericórdia, por isso precisamos trabalhar a nossa confiança todos os dias”. Então, disse aos congressistas: “Vocês estão aqui não para receber um certificado, mas para encarnar essa confiança no coração e levar essa confiança ao mundo que não confia mais, ou que confia cada vez menos”.
Jesus se queixou a Santa Faustina, que algumas almas se relacionam com ele com uma atitude de reserva. Será que a gente consegue dizer Jesus, eu confio em vós, confiando mesmo? Confiando que, aconteça o que acontecer, Deus consegue tirar um proveito. “A pior desgraça que aconteceu na história da humanidade foi o pecado de Adão e Eva”.
Contudo, um Doutor da Igreja disse: “Feliz culpa de Adão, porque mereceu tão grande salvador”. Isso quer dizer que agora a gente pode pecar tranquilamente porque vai receber tanta graça? Não!
A confiança não é temerosidade. “A confiança é você, diante das adversidades da vida, manter os olhos fixos em Jesus. Não devemos ter medo de tropeçar: olhe para o alto, olhe para Jesus”.

Confiança acima de tudo

Irmã Guadalupe comenta que quando o culto a Divina Misericórdia foi proibido (de 1958 a 1975), porque o diário de Santa Faustina foi mal transcrito, foram sublinhadas algumas falas de Santa Faustina como se fossem de Jesus, então a igreja proibiu por preocupação, alguém tinha cometido um erro.
E Santa Faustina sabia que isso aconteceria. E quando isso aconteceu, o padre Miguel foi proibido, como também qualquer outra pessoa, de falar da Divina Misericórdia mencionando tudo o que Jesus havia dito a Santa Faustina. Mas ele não parou e começou a escrever sobre a Misericórdia, porque a misericórdia é uma verdade na vida da Igreja. Ele colocou os óculos da misericórdia, e em tudo ele via a misericórdia, e escreveu muito.
Nós não podemos parar! Não podemos deixar de confiar na misericórdia! “Reze, reze com a vida, não importa se você é o único que reza na tua casa”.
Porém, nós precisamos ter não apenas confiança, mas uma perfeita confiança. A nossa confiança deve ser inabalável, sem dúvidas, sem fraquezas, perseverante, por causa de Deus, porque Ele é poderoso e tem muito mais disposição do que podemos imaginar. Deus trabalha o tempo todo.
O padre Miguel diz no seu livro: “Confiemos, porque o Senhor é forte, e “a Sua misericórdia não tem fim”. Temamos, porque somos fracos diante dos numerosos inimigos, − inconscientes das suas numerosas ciladas, − não sabemos se estamos na graça, − porque mais fortes que nós caíram, − porque o caminho ao céu é difícil, e nós somos preguiçosos”.
Por isso, Irmã Guadalupe diz: “A confiança tem que estar acompanhada do temor, daqueles temor que a gente aprende na catequese do crisma, que é um dom. Não é tremer de medo.
“Uma parte do mundo está amedrontada porque não confia, e outra parte está petulante, porque não tem temor de Deus”.

Os frutos da confiança

Irmã Guadalupe leu a passagem da bíblia: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus” (Filipenses 4,4-7).
E a partir do livro do Padre Miguel, ela cita quais são os frutos da confiança: consolo, alegria, amabilidade, uma certa tranquilidade diante das preocupações, oração constante, ação de graça, paz.
“A paz talvez seja o fruto mais claro da confiança”, disse a religiosa, que em seguida citou frases do padre Miguel: “a confiança opera milagres, porque tem a seu serviço a onipotência de Deus”; “Nada proporciona à divina onipotência tanta glória como o fato de que Deus torna onipotentes aqueles que n’Ele confiam. Entretanto, para que a nossa confiança nunca falhe, ela deve distinguir-se por adequadas características, para as quais apontou o próprio Rei da misericórdia”.
Em seguida, citando o episódio da cura dos 10 leprosos (Lucas 17,11-19), a religiosa diz que encontra nestes versículos tudo o que o padre Miguel fala a respeito da penitência. “Nós somos os leprosos e estamos na fila da confissão, e pedimos também como ele: Senhor, tende compaixão de nós”. Mas alguém vê a nossa alma limpa depois da confissão? Não vemos.
A penitência é uma condição para a confissão ser válida, mas a penitência não paga o pecado; não temos condição de pagar a ofensa a Deus com um Pai-Nosso e uma Ave Maria. É a graça de Deus que faz isso.
“Os 9 leprosos que se purificaram, eles não voltaram com a lepra de novo porque não retornaram para agradecer a Jesus. O chamado, a vocação, a graça de Deus são irrevogáveis, Deus não tira a graça que nos deu, mas a graça pode se tornar em nós estéril se não colaboramos com ela”.
A penitência tem que trazer frutos! Todos precisamos de misericórdia. A confiança é a condição para a misericórdia.

Congresso

18.11.2023 - 13:03:00 | 1 minutos de leitura

Terceira palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia


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