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Sexta palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia

Padre Claudio Gomes dos Santos, MIC, foi quem ministrou a sexta e última palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia. O Congresso acontece no Santuário da Divina Misericórdia, em Curitiba – PR, entre os dias 17 e 19 de novembro de 2023. Padre Cláudio é o Superior Provincial da Congregação dos Padres Mariano no Brasil.
Esta palestra teve como tema “A Imaculada, Mãe da Misericórdia”, baseada no livro “A misericórdia de Deus em Suas obras, vol. 3”, do bem-aventurado padre Miguel Sopoćko. Acompanhe a síntese!

Caminhar com Maria

Padre Claudio inicia a sua palestra citando as palavras da homilia de um patriarca de Antioquia, do século VI, chamado Severo: “Como dirijo o olhar para Maria, a mãe de Deus, e tento esboçar um simples pensamento sobre ela. Desde o início, pareço ouvir uma voz que vem de Deus e que me grita ao ouvido: não te aproximes, tire as sandálias dos pés porque o lugar em que estás é Santo. Aproximar-se dela é como aproximar-se de uma Terra Santa e tocar o Céu”.
E Santo Ambrósio diz o seguinte: “Maria não é o Deus do templo, mas o Templo de Deus”.
Por isso, nós devemos nos aproximarmos dela descalços, porque no seu seio está Deus que se revela e fala da forma mais próxima e transparente, revestida da nossa carne humana. Em seu seio ela gerou a personificação da misericórdia.
“Por isso, somos constantemente chamados a fazer um caminho, ou melhor, a permanecer no caminho, e este caminho é o Filho bendito da Virgem Maria. E neste caminho somos convidados a cantar com o salmista: Cantarei para sempre as misericórdias do Senhor”.
Maria cantou as misericórdias do Senhor ao visitar a sua prima Isabel, quando ela se expressa: a sua misericórdia se estende de geração em geração.
E desde então, nos diz São João Paulo II “se sucede sempre novas gerações de homens na imensa família humana, em dimensão sempre crescente; se sucedem também novas gerações do povo de Deus, assinaladas pelo sinal da Cruz e ressurreição”. Ou seja, seladas pela misericórdia de Deus, pelo mistério Pascal de Cristo.
“Assim como esteve à porta da casa de Isabel, Maria deseja estar à porta dos nossos lares, em nossos corações, em nossas famílias, em nossas comunidades, para juntos proclamarmos a infinita misericórdia de Deus que se estende de geração em geração”.
E mais uma vez padre Cláudio traz as palavras de São João Paulo II: “Maria é a pessoa que de modo particular e excepcional, como ninguém mais, experimentou a misericórdia, e ao mesmo tempo tornou possível com o sacrifício do coração a sua participação na revelação da misericórdia divina. Este seu sacrifício está intimamente ligado à cruz do seu Filho, aos pés da qual ela haveria de encontrar-se no Calvário. Tal sacrifício de Maria é uma singular participação na revelação da misericórdia, isto é, da fidelidade absoluta de Deus ao próprio amor, à Aliança que ele quis desde toda a eternidade e que no tempo realizou com o homem, com o seu Povo e com a humanidade”.
Ou seja, Maria participou definitivamente do Mistério do seu Filho, revelado também no Mistério da Cruz. E ninguém experimentou como a Mãe do Crucificado o mistério da Cruz. Contemplemos Maria aos pés da Cruz, e como o apóstolo João, levemo-la para casa.
Maria sabe quão grande é o preço da Cruz! Por isso, devemos caminhar com Maria e cantar para sempre as misericórdias do Senhor. Vamos traçar um caminho junto com ela.
Olhando para o caminhar de Maria, passamos também a olhar para o nosso caminhar, nas sendas da misericórdia do Senhor, e gritá-la para o mundo.
Padre Cláudio cita que quando nos consagramos a Maria, pelo método de São Luiz Maria Grignion de Montfort recebemos 3 bens, e o terceiro bem que Maria nos faz é nos conduzir e nos dirigir conforme a vontade dos Filho. São Luiz ensina: “Maria, Estrela do mar, guia todos os seus fiéis servos ao bom Porto, mostra-lhes o caminho da vida eterna, desvia-os dos passos perigosos”. E São Bernardo nos diz: “Quem caminha com Maria nunca será extraviado do seu caminho”.
Neste caminhar com a Mãe da Misericórdia trilharemos um percurso seguro para cantar para sempre as misericórdias do Senhor. “É um caminho seguro porque ela sempre nos conduz a Jesus, o seu filho”. A nossa vida é sempre um constante êxodo, um constante caminhar, e o Senhor sempre nos convida a sair do pecado, da falta de amor.

Mãe da Misericórdia

Na Palavra da Deus, no Evangelho da Anunciação, Maria pronunciou o seu consentimento: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). O padre Miguel diz seu livro que foi neste momento que Maria se tornou a Mãe da Misericórdia. Ele afirma: “Chamamos Maria Mãe da Misericórdia por duas razões: visto que Ela é Mãe de Jesus Cristo, personificação da misericórdia divina, e visto que é Mãe nossa, proporcionando-nos continuamente a Sua misericórdia”.
Então o palestrante diz: “Somos também convidados a gerar esse amor e essa misericórdia em nosso ventre e levá-la para o mundo; o mundo precisa desta misericórdia”.
Além de Mãe da Misericórdia, Maria também recebe o título de Mãe de Deus. Deus se encarna no ventre de uma mulher. Padre Miguel diz no seu livro: “A expressão ‘Mãe de Deus’ significa um ser admitido à eterna fertilidade de Deus Pai. Essa é uma dignidade tão grande que todo o céu está impregnado de honra e veneração a Ela. Nem os Serafins podem compreender inteiramente a dignidade d’Aquela a quem o Verbo Eterno chama Sua Mãe, à qual Ela chama Seu Filho”.
Padre Cláudio diz: “O Céu desce a nós no ventre de Maria!” E todas as obras de misericórdia começam a se concretizar no sim de Maria. E mais uma vez cita as palavras do bem-aventurado Miguel em seu livro: “Maria, com consciência disso, voluntariamente deu o Seu consentimento, aceitando com todo o entusiasmo do Seu Coração maternal o título de Mãe da Misericórdia e concordando ao mesmo tempo com uma vida repleta de indizíveis sofrimentos e dores. Eis que Ela traz em Seu seio dois filhos: Jesus e nós”.
Em seguida, o palestrante recorda as palavras de Santa Faustina: “A Santa Virgem, esse lírio branco como a neve, é a primeira a bendizer a onipotência da Vossa misericórdia: o seu Coração puro — abre-se com amor à vinda do Verbo, crê nas palavras do mensageiro divino e na confiança se confirma” (Diário, 1746).

O caminhar de Maria e o nosso caminhar

E Maria, a partir do seu sim, precisou caminhar, um caminho com características de uma peregrinação: teve cansaço, perplexidades, medo. Além disso houve tantas interrogações: a primeira delas foi “como acontecerá isso, eu não conheço homem algum?”.
O palestrante diz: “Quantas vezes também no nosso caminhar nós fazemos perguntas?! Maria caminhou na escuridão, mas com confiança. Vamos caminhar com a Mãe da Misericórdia, com confiança!”
E foram tantos riscos que Maria correu: poderia ter sido abandonada por José, não encontrou vaga na hospedaria, deu a luz na estrebaria, querem matar Jesus e por isso foge para um país estrangeiro, enfrentou o deserto e o calor, ouve a profecia de Simeão de que uma espada de dor transpassaria sua alma; perdeu seu filho e o encontrou no templo. “É um caminhar de penumbra, na escuridão da fé!”
Jesus e Maria tiveram o seu coração transpassado pela espada do pecado, e Maria quer tirar do nosso coração a espada do pecado.
O chamado de Deus para nossa vida nos desinstala, porque esse chamado precisa de uma resposta na fé; é preciso dizer: Jesus, eu confio em vós. Essa resposta de confiança nos desinstala, nos tira do comodismo; tirou Maria de sua vida pacata em Nazaré, do conforto do seu lar. “Ela Foi chamada para ser a Mãe do Salvador e nós somos chamados a ser Apóstolos da Misericórdia e precisamos fazer esse caminho; precisamos ir para o mundo, para as regiões montanhosas de pessoas que necessitam de ajuda, que precisam do meu atuar com as obras de misericórdia”.
Padre Cláudio convida: “Peça a Maria, peça ao Anjo que te ajude no teu caminhar! Diga a Ela que você deseja gerar a misericórdia e levá-la para o mundo”.
“Quando perdeu seu Filho, Maria não desistiu de encontrá-lo, será que eu estou desistindo de encontrar os filhos perdidos pelo mundo, os que estão nos presídios? Como Apóstolos da Misericórdia não podemos desistir! Nós precisamos gritar: Jesus, eu confio em vós”.
Como Maria, precisamos descobrir a face da misericórdia, é preciso sempre renovar a nossa confiança! “Às vezes, no dia a dia, nos falta o ânimo, a coragem, a alegria, somos deixados levar pelo pecado, pela falta do vinho do amor e da alegria de ser Apóstolo da Misericórdia, e não sabemos como proceder. Maria percebe isso na nossa vida, percebe o nosso coração agitado, percebe que não temos mais vinho, que nossa vida está amarga por causa do pecado, por causa das penumbras da vida, das dúvidas, dos questionamentos da fé; e agora é a Mãe que diz a Jesus: Meu filho ele(a) não tem mais vinho”.
“O vinho é sinal do prazer e do gosto pela vida, de sabor pela missão. E muitas vezes nós perdemos essa harmonia com o nosso Divino esposo, porque o pecado nos afasta, mas a Mãe grita: meu Filho ele(a) não tem mais vinho”. Então o palestrante questiona: “Qual é o vinho que está faltando na tua vida?”
E mais uma vez traz as palavras do beato Miguel: “O relacionamento de Maria conosco como Mãe da Misericórdia é muito concreto e possui mais ternura do que poderíamos imaginar”.

Caminhemos dizendo: Jesus, eu confio em vós

O silêncio de Deus faz parte do nosso peregrinar, e Maria é a virgem do silêncio. “Mesmo aos pés da Cruz Maria permaneceu firme na sua adesão a Deus. E olhar para Maria, olhar para a Cruz, é ver uma bela flor que ao entardecer, ao desaparecer da luz, se inclina silenciosamente, cheia de paz, se abandona na desconcertante vontade de Deus”. Contudo, o Sol voltou a nascer depois da escuridão, é Cristo que ressuscitou!
“É assim o nosso peregrinar, o choro do luto se torna alegria, às batalhas da vida na Cruz de Cristo é declarada a vitória, porque Ele é o Rei da Misericórdia, e de geração em geração iremos anunciar com Maria essa misericórdia.
Padre Cláudio concluiu sua palestra afirmando: “Por isso, dizemos: Jesus, eu confio em vós”.

Congresso

19.11.2023 - 10:52:00 | 1 minutos de leitura

Sexta palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia

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