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Quinta palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia

A quinta palestra do 22ª Congresso Nacional da Misericórdia foi ministrada pelo padre Edson Hable, MIC.
O tema desta quinta palestra foi “As misericórdia do senhor se estende de geração em geração pela nossa vocação e missão”, e é baseada no livro “A misericórdia de Deus em Suas obras, vol. 3” do padre Miguel Sopoćko.
A quinta palestra vai complementar a palestra anterior, na qual o padre Eli falou sobre alguns dos Sacramentos da Igreja, e aqui o padre Edson complementa com os demais Sacramentos.
Acompanhe a síntese!

Quinta palestra

Padre Edson começou dizendo que “quem de verdade adora a Deus, quem de verdade o ama, o faz servindo. Por isso lembremos que a nossa oração e a nossa união aos sacramentos nunca vão ser desligados da realidade”.
E afirma: “não há outra maneira de ser Santo a não ser na realidade de cada dia”. Por isso, convida: “não queira fugir da sua Cruz, não queira fugir da realidade que te acompanha”.
“Muitas vezes nós queremos pedir que seja feita a nossa vontade, mas não é isso que o Senhor propõe para nós quando diz que a sua misericórdia se estende de geração em geração”.
Nossa Senhora rezou esta frase reconhecendo tudo o que o Senhor fez na sua vida: “Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem” (Lucas 1,50). Então, o padre pergunta aos congressistas: “Tememos o Senhor? Temos confiança filial no Senhor? Desfrutamos dos Sacramento?”
Nossa Senhora está ali repetindo uma palavra que aparece outras tantas vezes nas Sagradas Escrituras. Aparece em Êxodos 20,6: “mas uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”.
Então, padre Edson afirma: “Quem ama o Senhor de verdade vai colocar em prática os seus mandamentos, vai sentir necessidade de rezar, vai saber que não basta ir uma vez por semana na Santa missa e depois ficar alheio a Deus”.
“Quem ama o Senhor sabe que a oração nos acompanha em todos os momentos da nossa vida, porque assim como a misericórdia da parte de Deus nos acompanha, a oração da nossa parte responde a Deus nesta comunhão de misericórdia; é como a chave e a fechadura”.
A oração é a chave que nós damos a Deus para que a graça venha e assim a sua misericórdia possa se estender de geração em geração na nossa vida.
O Salmo 102 nos diz: “Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem”. Isso traz para a realidade humana a nossa experiência de Deus: ele é um pai que tem compaixão dos seus filhos. São João Paulo II diz que Deus é pai e mãe, que tem um amor que se estende sobre nós.
Mais adiante, o mesmo Salmo diz: “É eterna, porém, a misericórdia do Senhor para com os que o temem. E sua justiça se estende aos filhos de seus filhos, sobre os que guardam a sua aliança, e, lembrando, cumprem seus mandamentos”.
O Salmo 118 (versículo 90) também diz: “Vossa verdade dura de geração em geração, tão estável como a terra que criastes”. O padre Edson questiona: “o que tem a ver a verdade com a misericórdia?” E então explica: “a misericórdia nunca se dá com a mentira”. E complementa: não podemos ter medo da misericórdia do Senhor.
O maior de Deus é a sua misericórdia, e nós não temos como negar a graça que é a misericórdia de Deus em nossa vida.
“De geração em geração” significa o prolongamento das bênçãos de Deus sobre todos aqueles que o temem, e isso é algo que o Senhor não nos nega, porque Ele não se nega a si mesmo em sua bondade. “E não há contradição em Deus, por isso justiça e misericórdia se encontram”.
No Salmo 135 lemos repetidamente: “porque eterna é a sua misericórdia”, citando os feitos do Senhor. “E o senhor merece ser louvado pela grandeza de suas obras”, nos diz o palestrante.

O que temos deixado de geração em geração para os demais?

Esse é o questionamento que o padre Edson afirma que devemos nos fazer sempre, porque a graça de Deus se estende sobre nós de geração em geração, mas isso exige de nós uma contrapartida. Com nossas ações também devemos mostrar de quem somos filhos.
Qual herança temos passado de geração em geração em nossa família? Qual herança espiritual, quais dons? O que nós temos cultivado na nossa vida, na nossa família, no mundo?
Padre Edson trouxe algumas palavras de São João Paulo II da encíclica Rico em Misericórdia: “Todos temos o direito de acreditar que também a nossa geração foi abrangida pelas palavras da mãe de Deus quando glorificava a misericórdia de que participa participam, ‘de geração em
geração’, aqueles que se deixam guiar pelo temor de Deus”.
No entanto, a nossa geração muitas vezes vive um vazio profundo, uma tristeza sem motivo. Dizem que o mal do século é a depressão. Então o que a nossa geração tem cultivado, com tantos avanços tecnológicos, com todas as graças e bênçãos? O que o nosso mundo tem deixado para as futuras gerações?
E mais uma vez traz as palavras de São João Paulo II na encíclica: “A experiência do passado e do nosso tempo demonstra que a justiça, por si só, não basta e que pode até levar à negação e ao aniquilamento de si mesma se não se permitir àquela força mais profunda, que é o amor, plasmar a vida humana nas suas várias dimensões”.
Ou seja, a justiça por ela mesma, sem essa força chamada amor e misericórdia, ela fica sem sentido, porque pode se tornar a regra pela regra, a lei pela lei, sem procurar resgatar a pessoa humana. E mais uma vez nos diz João Paulo II: “Tal afirmação não tira o valor da justiça e nem atenua o significado da ordem instaurada sobre ela, indica apenas, sob outro aspecto, a necessidade de recorrer às forças mais profundas do espírito, que condicionam a própria ordem da justiça”. E essa força mais profunda do espírito é o amor de Deus, é a misericórdia do Senhor, que se estende de geração em geração, e que vai dar sentido para a verdade e para a justiça, vai dar sentido para todas as outras virtudes.

Vocação e missão

“Entendemos que nós devemos buscar forças na misericórdia do Senhor para que a nossa geração e as futuras também desfrutem desse dom do alto. E assim a nossa geração, tendo experimentado a misericórdia de Deus, vai também transmiti-la aos irmãos”, nos diz o padre Edson.
Mas fazemos isso como? Por meio da própria vocação e missão. “A nossa vocação de filhos de Deus, batizado, nos dá também a missão de transmitir essa misericórdia de geração em geração”.
“O senhor confia em nós, vasos frágeis, para transmitir a sua misericórdia. Neste sentido, Deus se serve da nossa vocação e consequentemente da nossa missão para perpetuar a sua misericórdia na história”.
Por isso devemos, a partir da nossa geração, ser o sinal da misericórdia no mundo. Somos nós, com nossa vocação e nosso serviço, que colaboramos com a misericórdia do Senhor.
Padre Edson diz que percebemos o quanto a vida dos Santos nos ajudam, porque eles foram pessoas que temeram a Deus, o respeitaram e o amaram e que transmitiram essa misericórdia. “Se tirarmos os exemplos de santidade da nossa vida e da vida da igreja, a nossa história fica vazia. Foi porque a graça de Deus atuou até hoje na história, através daqueles que o amaram e o respeitaram, que o Senhor é hoje conhecido”.
O Senhor conta com a raça humana, aqueles que o condenaram, e neste absurdo Ele vem com a sua mensagem para nos chacoalhar, para nos atrair para a sua bondade, pedindo somente a nossa confiança.
“O Senhor conta conosco e, também, por assim dizer, precisa de nós, porque é com a nossa permissão que a graça de Deus se torna presente e eficaz e desperta também nos outros o Santo temor - que não é medo, mas sim uma admiração, reverência e atração para as realidades santas”.
A misericórdia de Deus quer se manifestar viva e atuante na nossa vocação, seja de casado ou sacerdotal. “Batizados, confirmados, eucaristiazados queremos entrar em uma comunhão cada vez mais profunda com Deus. E aí entendemos que temos a missão de evangelizar o mundo, de tornar o Senhor conhecido”.
“A nossa vocação à santidade se torna uma missão de transmitir essa graça de Deus na vida dos outros. E os sacramentos nos confere as graças necessárias para vivermos segundo o espírito”.
Os sacramentos da ordem e do matrimônio são um serviço para a igreja. Somos ordenados para a salvação dos outros; esta é a missão de quem é ordenado e de quem é casado: se permitir ser salvo por Jesus salvando os outros.
Portanto, a ordem e o matrimônio são consagrações para a salvação dos outros, e contribuem para a nossa salvação pessoal a partir do serviço que fazemos aos outros. Neste sentido, prestam um enorme bem para a Igreja.
Cada um de nós, batizado, é chamado a ser, onde está, uma presença viva da bênção de Deus, da misericórdia de Deus. “Ninguém pode me substituir na minha vida, na minha missão, e aliás, ninguém pode me salvar se eu não quiser buscar a salvação, dar a minha resposta, entregar minha confiança a Deus”.
Padre Edson recorda esta verdade: “Deus nos ama sempre e em todo lugar”. E afirma: “Nós, humanos, somos chamados a fazer o mesmo; o sacerdote na sua missão e marido e mulher na sua, procurando corresponder a esta graça”.
E afirma: “Isso serve enormemente aos filhos, porque desfrutando deste dom sagrado vão poder ter o sinal dos pais, o sinal de um amor que não se reparte, não se divide e não abandona. E mais: o verdadeiro matrimônio, como sinal da misericórdia do Senhor, vai ser também um enorme bem para a sociedade, porque se torna uma extensão desse amor, dessa misericórdia de Deus que sempre está unido a nós”.

Congresso

18.11.2023 - 19:39:00 | 1 minutos de leitura

Quinta palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia

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