Primeira palestra do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia
O tema do 22º Congresso Nacional da Divina Misericórdia é “Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem” (Lucas 1,50). O Evento acontece de 17 a 19 de novembro de 2023, no Santuário da Divina Misericórdia, em Curitiba-PR.
E a primeira palestra deste Congresso foi ministrada pelo padre Jair Batista de Souza, MIC, que falou sobre a oração como caminho para acolher a misericórdia de Deus. A palestra foi baseada no livro do bem-aventurado Padre Miguel Sopoćko, chamado “A misericórdia de Deus em suas obras” vol. 3.
Padre Jair afirma que essa obra nos apresenta a força da misericórdia e da graça de Deus.
O palestrante ressalta que quando nos descobrimos amados por Deus, tudo muda em nossa vida. “A nossa perspectiva muda, porque nós não nos colocamos mais no centro, mas a ação da graça, a ação da misericórdia de Deus é o centro. É ela que nos move primeiro, antes mesmo de qualquer desejo de Deus que nós temos, Deus já está agindo e nos convidando, lenta e sossegadamente, de forma muito sutil”.
O caminho para a misericórdia de Deus
A graça de Deus é como uma fonte, e o que precisamos para ir a esta fonte para apagar as graças que precisamos é da oração. Portanto, o caminho para a misericórdia de Deus é a oração.
Padre Jair, destaca que hoje se fala tanto em necessidades básicas para a vida humana, mas existem também as necessidades básicas para o nosso lado espiritual. Entre elas a ação do Espírito Santo em nós, que nos ajuda a orar. “Nós expressamos a nossa vontade de receber as graças por meio da oração”. Neste sentido, o palestrante ressalta que Deus, mesmo querendo dar a graça para uma pessoa, se ela não a procura, não a busca, Deus se entristece, mas aceita aquilo como vontade do ser humano.
“Deus é Todo-Poderoso, mas Ele espera, Ele quer que nós peçamos a suas graça; Deus deseja conceder-nos os seus dons com muita generosidade, mas tornou as suas graças dependentes da nossa vontade”.
O sacerdote recordou que já o apóstolo Paulo dizia que nós não sabemos rezar como convém e que por isso não podemos rezar por nossa própria conta. “Rezar é bom, é belo, mas nem sempre sabemos como fazê-lo, existem interferências...” Mas o Espírito Santo pode nos ajudar e fazer com que a nossa oração seja verdadeira.
Neste sentido, padre Jair recomenda que precisamos “conectar o plug da nossa existência com o Espírito Santo” que habita em nós e que é o autor da nossa santificação. “Sem o Espírito Santo nós não podemos nos tornar Santos”, afirmou. E na nossa santificação o Espírito Santo cumpre um papel muito importante.
O agir do Espírito Santo em nós
Padre Jair ensina que o Espírito Santo age em nós de diversas formas, entre elas nos dando a graça de perdoar, de amar, coisas necessárias para a nossa salvação. O palestrante destaca que muitas vezes nos esquecemos de pedir essas coisas; nos lembramos de pedir, saúde, emprego etc. Isso é bom, mas não podemos nosso fixar apenas em graças que são para este mundo, “a gente não pode nunca se esquecer, nunca deixar de lado aquelas graças que têm a ver com a nossa salvação”.
“Podemos e devemos pedir a misericórdia divina pelas coisas deste mundo, mas sem nos esquecermos das coisas do outro mundo”.
As condições naturais da oração cristã
Como ato espiritual do ser humano, a oração deve ser realizada com a participação de todas as faculdades da alma, isto é, da inteligência, da vontade e do coração.
A primeira condição natural da oração é a atenção, no silêncio e no recolhimento. A oração desatenta, rezar enquanto assiste TV, significa menosprezo a Deus e prejuízo a nós.
A segunda condição da boa oração é a humildade: quanto mais profundamente a alma se rebaixar, tanto mais alto Deus a elevará.
A terceira característica natural da boa oração é a contrição pelos pecados. Todos somos pecadores por isso, sempre no início da oração devemos manifestar nosso arrependimento.
A quarta característica da boa oração é a adequada postura exterior. “Quem pode rezar ajoelhado, que assim reze”.
A quinta condição natural da oração é a perseverança: “orar sempre, nunca desistir”.
As condições sobrenaturais da oração cristã
Além dessas características naturais, a nossa oração se deve distinguir por características sobrenaturais. Entre elas está a fé!
Da fé decorre a confiança, que é a segunda condição sobrenatural da eficácia das nossas orações. A confiança é a alma da oração, é uma condição indispensável para a sua eficácia. Somente tal oração alcança os céus e volta de lá com bênçãos.
A terceira condição indispensável da oração sobrenatural, que é o amor a Deus. Esse amor não consiste no afeto, mas na prontidão da vontade para fazer tudo que Deus de nós exige.
A quarta característica da oração sobrenatural, rezar em nome de Jesus, Aquele por quem “tudo foi feito” e de quem “todo bem procede”. Quando nos unimos com Cristo na oração, não rezamos somente nós, mas Jesus intercede por nós. “Por isso todas as orações da Igreja são feitas em nome de Jesus Cristo”, nos recorda o palestrante.
Rezar em nome de Jesus significa rezar como Ele rezou. E Ele, quando rezava no Horto, acrescentava: Contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua! (Lc 22,42). A conformidade com a vontade de Deus − é a quinta característica da oração sobrenatural. Todo o bem da nossa alma tem sede da vontade de Deus, visto que é a vontade de Deus – esta é a misericórdia de Deus, que deseja para nós somente o bem. Neste sentido, padre Jair destacou: “Precisamos ter isso em mente: Deus sempre vai nos dar a graça, desde que essa graça esteja em conformidade com a Sua vontade. E a Sua vontade é sempre a nossa salvação”.
Portanto, ele afirmou: “Mesmo que eu tenha que passar pela dor e pelo sofrimento isso deve me conduzir a salvação”.
A oração oral e a oração mental
Jesus Cristo rezava com palavras e com o pensamento. Por isso também a nossa oração deve ser exterior e interior: devemos rezar com a boca e com o pensamento, visto que nos compomos de corpo e de alma.
A oração oral é aquela que se pronuncia com as palavras. O padre Sopoćko explica em seu livro que “a oração se chama oral não porque o pensamento dela não participe, mas porque se pronuncia com a boca o que o espírito pensa e sente, ao passo que na mental é somente o espírito que opera”.
A oração oral é necessária e proveitosa, porquanto a própria razão exige que o ser humano glorifique o Criador não somente com o espírito, mas também com o corpo, isto é, que na oração preserve a adequada postura, incline a cabeça, dobre os joelhos e pronuncie as palavras da oração.
A oração oral é extremamente útil, visto que provoca em nós uma adequada disposição e ajuda a elevar nosso coração a Deus.
A oração oral ajuda muito para a concentração do pensamento e para o aquecimento do coração, e isso porque prestamos atenção ao significado das palavras que pronunciamos, despertando assim sentimentos de viva fé, confiança e amor.
Já a oração mental é essencial para a convivência com Deus. O próprio Jesus Cristo glorificou incessantemente com o pensamento o Pai celestial e recomendou que assim o glorificássemos: Deus é espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade (Jo 4,24).
A oração mental pode ser definida como a elevação do pensamento a Deus para Lhe prestar a devida honra e pedir as coisas necessárias. Ela também se chama meditação. Existem 3 tipos de oração mental: meditação, a oração dos sentimentos e a contemplação.
Congresso
17.11.2023 - 17:36:00 | 1 minutos de leitura

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